domingo, agosto 14, 2011

in-Confidências Malignas: Os Seios? Já não Sei-os !


Sobre  uma negra claridade…



Filipa Saanan

[Foto: Vadim Stein]


De repente:

os pés querem chão, porém, chão já não há
o corpo trêmulo tenta recortar-se, mas a cadeira se foi
as mãos em desespero buscam paredes que sumiram.

Apenas uma desenfreada queda no vazio apertado:
-musgo e enxofre, negra a luz: onde a saída?

O medo vadio e covarde invalidando a visão,
é testemunha do pânico a destruir o que sobra da derradeira lucidez.

Túneis magnéticos, impiedosos e cruéis a emitir sentenças de nosso destino:
- é câncer!

Perde-se a voz, perde-se o ar, perde-se!

Tudo gira na sombra que corta o silêncio assustado da casa,
que pousa pesada e obscura no olhar do tempo, coagulando possibilidades.

Paz é figura de linguagem, esperança se faz  miragem!

Mil agulhas perfuram a fé - esvaída,
linha não há para sutura  do desespero a escoar da carne – ainda viva {?}.

Mastiga-se o avesso do avesso, salpicado de fel, vinagre e bronze.

E neste redemoinho você segue, você decide [?] e vai...para onde?

Os  Seios ?  
Não Sei-os !


5 comentários:

  1. Filipa, simplesmente emocionante seu poema. Coragem, estou em preces para que tenha força e vença esta luta.
    Abrs da Maria Zélia-BH

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  2. Força Filipa, que sua fé esvaída seja apenas de momento, pois a fé cura, querida!
    Coragem, e parabéns por seu poema-dor.
    Rosa Célia Gomes-RJ

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  3. é assim mesmo, Filipa, mas a gente vence!
    Rosely Bastos-Muriaé-MG

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  4. Um poema pleno, real e bem conseguido!

    A.R.A.Ribeiro- Portugal

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  5. Filipa

    O caminhar é sofrido, mas a gente vence no final. Abraçadas e sorridentes diremos com a simplicidade dos verdadeiros heróis: - Vencemos!
    Bjs
    Belvedere

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Obrigada, volte sempre!
Filipa Saanan