sábado, outubro 08, 2011

Seria cômico, não fora trágico: o burlesco em cartaz, novamente ...


 Stand-up comedy

The Comedy of Errors
Filipa Saanan

A jornada de Dilma pela Europa me fez corar de vergonha! Sabem aquele sentimento que nos pega de susto quando alguém comete uma gafe-troca os pés pelas mãos, e sentimos um desajeito, uma coisa sem nome – beirando ao desconforto social e moral, como se o vexame – ato nosso?  

Pois assim me senti com as trapalhadas da Presidente.

Neste caso, porém, entendo que a vergonha é de fato nossa - é coletiva, que o rubor é nacional. A Presidente protagonizou em suas andanças, uma burlesca comédia de erros.
Dilma errou feio, errou em etiqueta social, errou o alfabeto das relações internacionais, errou... e como!

Que a dita cuja é uma figura desconjuntada intelectualmente, desorganizada de idéias, fraca com as palavras, todos sabemos. Nega quem prefere ter olhos cegos, por conveniência ou conivência, sei lá. Mas colocando os Is nos pingos: deve existir alguém na tropa de elite capaz de lhe ensinar o básico do mínimo sobre diplomacia, sobre condutas afetas a um Chefe de Estado, ou Chefa de Estado.

Ainda que certos intelectuais e parte da imprensa subserviente, tenham apregoado loas sobre seu desempenho, lá pelas Europa’S o que se viu e disse de..., margeia ao constrangimento.
  
A Primeira” Presidenta “do Brasil, além de declinar receitas rasas para o estabelecimento da Paz entre Israel e Palestina, se colocou como Conselheira Máster para a Crise Financeira da Europa: “... à Europa terá uma saída rápida da crise por meio da busca por maior estabilidade macroeconômica, mas também - e, sobretudo - assegurando a retomada do crescimento, da proteção ao emprego e dos segmentos mais vulneráveis das diferentes populações”, parte de sua preleção divulgada pela Presidência da República.

Para quem é Presidente de um país que se pretende visto como um dos grandes no cenário internacional, Dilma escorregou feio e grotescamente.
Vejamos:

1.  no tom dos seus discursos a diplomacia literalmente assassinada, imperou o autoritarismo e a prepotência: jamais, em tempo algum - um líder se  posicionou de Conselheiro  ou destilou advertências [ralhou] com outros lideres, como fez Dilma;

2. apresentou proposições salvadoras das Pátrias alheias, a partir de sua própria experiência — pergunto: qual experiência?

Que o Brasil seja firme nas negociações bilaterais é dever pátrio, assim como é o buscar reconhecimento junto aos Gigantes, mas dai a se arvorar em Pitonisa Real da economia mundial, vai uma distância quilométrica. Dilma não tem skill para tal mister.

Como oferecer soluções econômicas aos outros Países, se por aqui vamos de mal a pior: a inflação está de volta [pois é meus Caros, ela voltou], em 12 meses chegamos a 7,31%, a mais alta desde 2005, o crescimento parco na ordem de apenas 3,5%%; a desindustrialização está em moto contínuo; a miséria –qual praga daninha se alastra e se alastra por todo Brasil; a violência- leia-se segurança pública, abate mais brasileiros que o câncer ou a aids; a fome é um monstro esganado a engolir nossa gente de forma avassaladora; a saúde publica não cura- mata; e por ai vamos... diante esse quadro, fica a questão:
 -como Dilma pretende ser a Mestra dos países ricos ou dos emergentes, se não está conseguindo fazer o seu dever de casa?  
Dilma, com a arrogância de quem descobriu como colocar o ovo em pé, distribuiu seu receituário pela Europa, claro que de costas para nossas mazelas.
Assistimos um stand up de quinta categoria: The Comedy of Errors
Deixo ao leitor algumas considerações, para que avalie  se estamos em condições de dar lições a outros países. E se melhor e mais urgente que a Presidente estivesse muito mais voltada para nossas próprias encruzilhadas. A saber:
-Estamos entre a cara e a coroa com a desvalorização do real, se de um lado essa desvalorização favorece a exportação, do outro encarece a  importação de matérias-primas, tais como componentes e bens de capital. Como isso nos afeta? Encarece os produtos de consumo diário, como o pão, o café, a carne, o combustível. E mais grave, afeta diretamente a área de Saúde, dependente que é da importação de equipamentos e tecnologias-diagnósticos de ponta, sem os quais não se sustenta. Encarece a vida nossa de cada dia. A visão do Governo de que se o dólar subir é positivo para a o crescimento industrial e para geração de emprego, é débil. Temos problemas crônicos a enfrentar  como impostos altos, infraestrutura deficiente, mão de obra pouco qualificada,  investimentos parcos nas empresas em inovação.
- Os custos em reais têm subido internamente, esse é o grande problema de setores como calçados e confecções, então a ajuda no câmbio precisa ser muito forte para compensar o desequilíbrio.
- Luis Afonso Lima, presidente da Sobeet, lembra do ano de 1999, quando o real passou a flutuar livremente. As exportações precisaram de pelo menos um ano para reagir. Ele acha que agora será mais lento porque os países ricos estão em crise.
— O contexto hoje é pior do que 1999. Naquele ano, o real se desvalorizou em um mundo pujante. Hoje, é o contrário. Se naquela época demorou um ano, a tendência é que agora demore mais, pois com o real fraco, o empresário terá insumos e investimentos mais caros e enfrentará uma  demanda exterior fraca.
-A queda do real favorece  somente  os exportadores [minoria], a ampla maioria dos brasileiros, em especial os mais pobres, estão indefesos diante a alta dos preços. A população de baixa renda a mais afetada, e ela é a maior parcela da sociedade.
— A alta do dólar com certeza afeta  nossa estabilidade econômico-financeira, e a desvalorização do real impulsiona a estagnação dos investimentos, por conseqüência estanca o crescimento nacional. 
Concluindo: Brasil estagnado é Brasil com mais miséria, mais fome, mais violência, mais desempregados.
Não se enganem meus Amigos, estamos dentro da crise-Sim, ainda que a “Deusa” negue.
Apertemos os cintos porque a decolagem é de alto risco, não há céu de brigadeiro, e podemos estar à beira de um novo e desconhecido  precipício!
Por essas e outras, digo e repito: 
- Dona Dilma tem mais é que cuidar dos nossos perigo$, em lugar de dar pitacos [sem ser chamada] nas gestões dos Países Ricos!

8 comentários:

  1. Estou aqui ansiosa esperando o artigo de hoje...pela chamada , será dos bons tiros-certos de Filipa...
    Rosa Clemente

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  2. Filipa concordo com Vc. integralmente, já estamos sentindo os efeitos até no pão nosso de cada dia.
    Imaginemos os mais vulneráveis!
    Parabéns por sua lucidez e bravura.
    Maria Zélia Baeta

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  3. Nota 1000 Filipa, valeu a espera.
    Parabéns querida, por seu olhar atento e valente.
    Rosa Clemente

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  4. Filipa minha querida, um artigo brilhante como sempre. Obrigada Amiga, apesar de seus momentos de luta e difíceis, partilha seus saberes conosco.
    Saudades e bem querer.
    Ana Merij

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  5. Cheguei a pensar que algum medicamento estivesse embotando minha mente. Ufa! Valeu, Filipa!
    Belvedere

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  6. O que dizer? Sempre o brilhantismo e a extrema visão global de quem sabe olhar os fatos e deles tirar o suco e o miolo.
    Bjs querida.
    Valentina

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  7. Obrigada Meninas pela leitura e comentários .
    Beijos de, Filipa

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  8. Parabéns pelo artigo. Esta semana levei um baita susto ao fechar a conta de compras no supermercado...quase cai enfartado. Tudo pela hora da morte . Uma diferença assustadora em menos de 30 dias...Imagino como estão se virando os pobres [ ou os mais pobres que eu].
    Quanto a DILMA , tem que aprender até a se sentar...andar...falar..um vexame a figura!
    Alfredo Magalhães-RJ

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Obrigada, volte sempre!
Filipa Saanan